Crefono 4 repudia episódio discriminatório sofrido pelo fonoaudiólogo pernambucano Anderson Sales no Congresso da PB


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O 9º Colegiado do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 4ª Região vem, através desta, repudiar veementemente o episódio discriminatório sofrido pelo fonoaudiólogo pernambucano Anderson Sales (CRFa 4-13631), formado pela Universidade Federal de Pernambuco, durante o 30° Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, realizado do dia 19/10 até o último sábado (22/10), em João Pessoa/PB.

O Crefono 4 lamenta a atitude de uma colaboradora da Tribeca, empresa que cuidou da organização do evento promovido pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, por ter feito uma abordagem preconceituosa ao profissional Anderson Sales quando ele adentrou a área do Congresso sem o crachá do evento, que estava em sua mochila.

O fonoaudiólogo pernambucano, único negro no momento do relatado episódio, estava com outras colegas de profissão que não tiveram a mesma abordagem. Coincidentemente, durante o ocorrido, entraram pessoas sem o crachá que não foram interpeladas da mesma forma. Na ocasião, um segurança, em postura intimidadora, também se aproximou do fonoaudiólogo, que imprimiu um novo crachá comprovando que estava inscrito e com autorização de entrar no local.

É inadmissível que, em pleno século XXI, pessoas ainda tenham que passar por situações como a vivida pelo fonoaudiólogo pernambucano por conta da cor de pele. O CREFONO 4 reafirma o compromisso de combater – não só no âmbito da Fonoaudiologia, mas em nosso país -, qualquer tipo de preconceito e discriminação que diferenciem pessoas como elemento de segregação e ou desqualificação, e a defesa incondicional para assegurar a compreensão e o respeito a dignidade da pessoa humana.

Como bem relatado pelo Ministro Maurício Correa, da mais alta corte deste país, no julgamento do Habeas Corpus 82424/RS de 2004, que brilhantemente asseverou e aqui copiamos ipsis literes: “Raça humana. Subdivisão. Inexistência. Com a definição e o mapeamento do genoma humano, cientificamente não existem distinções entre os homens, seja pela segmentação da pele, formato dos olhos, altura, pêlos ou por quaisquer outras características físicas, visto que todos se qualificam como espécie humana. Não há diferenças biológicas entre os seres humanos. Na essência são todos iguais.”

Sensibilizado, o presidente do Crefono 4, Fgo. Cleiton Miguel, entrou em contato de forma solidária com o colega fonoaudiólogo oferecendo apoio e colocando a Assessoria Jurídica do Crefono 4 a disposição do profissional para fazer valer a verdade.

Recife, 25 de outubro de 2022
9º Colegiado

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