Crefono participa de debate no Ministério Público da Bahia sobre Triagem Neonatal
O Crefono 4 marcou presença no Fórum das Maternidades, debate realizado no último dia 22/11 e promovido pela Promotoria do Ministério Público da Bahia. A Conselheira Leila Mazarakis representou o Conselho, falou especificamente sobre o Teste da Orelhinha e destacou a necessidade em prol da universalização da Triagem Auditiva Neonatal no município de Salvador e no Estado como um todo. Tal preocupação se alicerça nos resultados das fiscalizações do Crefono 4 que detectaram ausência do Teste em maternidades por diversas razões: desde falta de fonoaudiólogos, como também, por equipamentos danificados entre outros.
Em sua argumentação, ela informou aos presentes que a surdez é o problema genético mais frequente entre os recém-nascidos, atingindo de uma a seis crianças em cada mil nascidas vivas.
“O exame deve ser feito até 28 dias depois do nascimento para detectar casos de surdez ou perda auditiva. Isso é Lei Federal desde 2010 e que deve ser realizado em todas as maternidades. Portanto, é preciso universalizar a realização do teste, pois uma deficiência auditiva detectada tardiamente pode comprometer o desenvolvimento da linguagem, da cognição e da sociabilidade da criança”, ressaltou a conselheira do Crefono 4.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública (Cesau), promotor de Justiça Rogério Queiroz, destacou a necessidade de o Estado e os Municípios atuarem para garantir a realização dos testes. Evitando, assim, problemas maiores para a população no futuro.
“O diagnóstico dessas alterações no recém-nascido possibilita o tratamento precoce. O que, ao mesmo temo, assegura a saúde da criança e minimiza os custos para o poder público”, afirmou o coordenador, que presidiu o encontro ao lado do promotor de Justiça Carlos Martheo Guanaes.
Já a médica geneticista Helena Pimentel, da Associação de Pais e Amigos Excepcionais (Apae) e da Secretária de Saúde do Estado do Bahia, explicou sobre os sete exames que compõem o teste do pezinho. E, que por meio da análise sanguínea, identifica alterações de natureza genética ou endócrina que podem vir a acarretar doenças mentais ou de outras naturezas. “O objetivo é intervir de forma precoce para tratar ou até mesmo reverter alguns casos”, resumiu a professora, lembrando aos diretores e gestores de maternidades presentes ao encontro que a Apae oferece capacitação gratuita para profissionais que atuam na rede pública de todo o Estado.