Audiência Pública debate obrigatoriedade do Fonoaudiólogo no ambiente hospitalar no Recife
Uma Audiência Pública realizada na manhã da última quinta-feira (16), na Câmara Municipal dos Vereadores do Recife, debateu a obrigatoriedade do Fonoaudiólogo no ambiente hospitalar do Recife/PE. O encontro foi proposto pela vereadora Aline Mariano (PP) a pedido do Sindicato dos Fonoaudiólogos de Pernambuco (Sinfope) e contou com a presença do Conselho Regional de Fonoaudiologia 4ª Região (Crefono 4).
“Todos sabem que sem médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e nutricionistas, uma unidade hospitalar não funcionaria, e o mesmo ocorre com fonoaudiólogos. O trabalho desse profissional no hospital, assim como numa UTI, é pouco conhecido pela maior parte da população, apesar da sua importância”, ressaltou Aline Mariano, autora do projeto de lei 142/2018, que está tramitando na Câmara Municipal do Recife, e que tem o mesmo objetivo do tema proposto pelo debate. Atualmente, a matéria tramita nas comissões de Legislação e Justiça, Finanças e Orçamento, Saúde e Direitos Humanos e aguarda parecer de relatores.
Representado pela presidente Juliana Fraga, o Crefono 4 deu a sua contribuição ao debate. A intenção mostrar que a presença do Fonoaudiólogo dentro da equipe hospitalar garante a integralidade da assistência e reduz agravos, custos e tempo de internação hospitalar E reforçar como o Projeto de Lei idealizado pela parlamentar pode qualificar a assistência à saúde da população do Recife e da Região Metropolitana.
“De acordo com os nossos registros, temos 61 profissionais fonoaudiólogos prestando assistência no ambiente hospitalar nas redes privada e filantrópica. Para uma assistência adequada e segura, um hospital que possua ala neonatal, pediátrica, do adulto e do idoso terá a necessidade mínima de quatro profissionais contratados, realidade distante da que o Recife e a Região Metropolitana do Recife apresentam atualmente”, argumentou a presidente Juliana Fraga.
Alem do Crefono 4, a Audiência Pública contou com a presença do presidente do Sinfope, Herberth Alexandre de Barros Campos; dos representantes do curso de Fonoaudiologia da UFPE, Hilton Justino da Silva e Coeli Regina Carneiro Ximenes; do advogado do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e laboratórios de Análises Clínicas (Sidhospe), Gabriel Vasconcelos, e da representante da Secretaria de Saúde do Recife, Cristiane Penaforte.
Para a representante da Secretaria de Saúde do Recife, Cristiane Penaforte, não há dúvidas sobre a importância do Fonoaudiólogo no ambiente hospitalar. “Nós temos um profissional no Hospital da Mulher, para fazer o Teste da Orelinha e Teste da Linguinha nos recém-nascidos. Em cada uma das três maternidades municipais também temos um fonoaudiólogo, além de outros 20 na rede de apoio à saúde da família, para promoção, prevenção e reabilitação. Eles são muito importantes porque contribuem para garantir a melhoria de prestação de serviços e cuidados”, disse.
Já o presidente do Sindicato dos Fonoaudiólogos de Pernambuco (Sinfope), Herbeth Alexandre de Barros Campos, afirmou que o debate também é importante para mudar o panorama dos profissionais que trabalham em hospitais sem regime empregatício. Como não fazem parte da equipe fixa e multidisciplinar, os fonoaudiólogos nem sempre estão presentes para acompanhar a internação dos pacientes.
“Os pacientes terminam ficando com mais tempo de hospitalização. Assim, são obrigados a esperar pela chegada do fonoaudiólogo, que nem sempre está presente para fazer o atendimento. E isso acarreta custos para o plano, para o hospital e para o paciente como um todo”, finalizou.