Revista destaca os benefícios da fonoaudiologia estética


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Décadas atrás, as plásticas no rosto estavam com tudo. Anos atrás, botox, preenchimentos e peelings viraram mania. Menos agressivos que as cirurgias, esses procedimentos ganharam diversas versões e se transformaram em atividades recorrentes na vida de muitas mulheres (e homens) vaidosos. Não na minha, que sempre tive medo de ficar com o rosto esquisito. Mas as marcas do envelhecimento chegam para todas, até mesmo para quem se cuida desde sempre. Encontrei uma saída inesperada em Belo Horizonte, quando fui às compras com uma tia de 60 e poucos anos. A caminho do shopping Pátio Savassi,percebi seu rosto mais suave, rugas atenuadas e a pele tonificada. “Você finalmente fez botox?”, perguntei. Psicóloga de formação, ela sempre correu atrás de novidades alternativas e respondeu com um sonoro: “Nunca! Estou fazendo fonoaudiologia estética!”.

De volta a São Paulo, o rosto recauchutado da minha tia não me saiu do pensamento. Pus-me a pesquisar e descobri que, apesar de relativamente nova, essa modalidade da fonoaudiologia é mesmo um recurso muito eficiente contra as marcas do envelhecimento. Não se trata de ginástica facial – a técnica não se baseia em exercícios repetitivos. A fono estética ensina a fazer tudo o que a gente já faz só que do jeito correto, com movimentos executados em prol do alongamento dos músculos, para assim prevenir e suavizar as marcas de expressão. “Ruga nada mais é que a contração exagerada dos músculos”, diz Magda Zorzella, %u201Cinventora%u201D da fonoaudiologia estética. Há 15 anos, uma dermatologista encaminhou a ela uma paciente que, mesmo fazendo todos os tipos de preenchimento, continuava com o bigode chinês marcado. “Ela falava e mastigava muito errado e, em cinco sessões, conseguimos o que nenhum procedimento estético tinha resolvido”, me contou a autora do livro A Fonoaudiologia Que Rejuvenesce. Criadora do método que leva seu nome, Zorzella atende em seu consultório em São Paulo e também dá aulas para fonoaudiólogos do mundo inteiro.

Uma pessoa engole mais de 2.000 vezes ao dia. Ao fazê-lo do jeito certo (usando a força da língua e não dos lábios) evitamos marcas ao redor da boca e o temido papinho. Mastigar alternadamente dos dois lados ajuda a manter a face tonificada e “para cima” – e quem mastiga de um lado só deixa de exercitar o outro lado. Não fazer mímicas exageradas para falar, apertando o olho e franzindo a testa, também evita rugas.

Seguindo esses passos, os músculos ficam alongados e tonificados, dando sustentação à pele, que adquire um aspecto mais jovem e saudável. A melhora é impressionante, mas é fundamental que a fono seja realizada em paralelo ao trabalho de um dermatologista. Enquanto a primeira foca nos músculos, a segunda trata da pele. Em conjunto, os resultados são mais eficazes. “Eu inclusive ensino as clientes a passar os cremes corretamente – sempre do queixo em direção à testa e do nariz à orelha”, afirma Yasmin Frazão, fonoaudióloga especializada em estética (e coautora do livro Saúde e Rejuvenescimento – Você Saudável por Dentro e por Fora).

Fui testar o tratamento em sua clínica em São Paulo, o que inclui uma consulta inicial de quase duas horas, que é seguida de uma média de dez sessões semanais de uma hora. No primeiro encontro tive de falar, comer e beber enquanto era filmada e fotografada. A avaliação é minuciosa, e a fonoaudióloga logo de cara detectou que eu enrugo muito a testa quando falo, o que no futuro vai me deixar com vincos. Ela também disse que preciso me conscientizar de que a maneira correta de sorrir é abrindo os lábios em direção à orelha – e não pressionando nariz, olhos e testa para cima. A médica mediu e observou o ângulo da minha mandíbula, muito importante para manter a jovialidade. “Um rosto jovem tem ângulos retos, enquanto um envelhecido tem a musculatura solta, arredondada ou quadrada”, explica. Uma de suas dicas para enrijecer a língua (que é um músculo) é deixá-la sempre encostada no céu da boca.

Descobri que tudo tem influência sobre o rosto: quem come mais alimentos pastosos tem tendência à flacidez das bochechas; quem ingere muitos alimentos duros com frequência fica com a musculatura muito contraída e rígida, o que também não é bom. Alimentação balanceada, bons hábitos dermatológicos, exercícios regulares e a reorganização dos movimentos da face proposta pela fonoaudiologia estética são o caminho para retardar o envelhecimento naturalmente, driblando a necessidade de procedimentos como lifting e até o corriqueiro Botox. Tem mais uma vantagem: a técnica “tira” o peso do rosto, deixando a fisionomia serena, tranquila e… bela. Nada como ser a gente mesmo, em versão melhorada!

Fonte: Revista Vogue

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