Você conhece a Disfonia relacionada ao Trabalho?


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Na sociedade atual, aproximadamente um terço das profissões têm a voz como ferramenta básica de trabalho (Vilkman E, 2004). A combinação de uso prolongado da voz e fatores de risco ambientais, bem como a própria organização do trabalho contribui para elevar a prevalência de queixas vocais entre os profissionais da voz gerando situações de afastamento e incapacidade para o desempenho de suas funções. O fonoaudiólogo em sua formação acadêmica é capacitado para identificar/diagnosticar e reabilitar a disfonia relacionada ao trabalho, entretanto ainda nos falta expertise no que diz respeito às ações de vigilância dos processos e ambientes de trabalho.

A iniciativa pioneira da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Estado do RJ (SESDEC/RJ), em relação aos demais estados da Federação, por intermédio da equipe de Fonoaudiologia do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (CEREST/RJ) e de técnicos da Divisão de Saúde do Trabalhador do RJ (DSTRAB/RJ), de incluir no Sinan NET o sintoma Disfonia (R49.0) como de interesse estadual para notificação, conforme mencionado nos boletins anteriores, é um passo extremamente importante no sentido de dar visibilidade ao agravo disfonia no Estado, bem como subsidiar as ações de vigilância em saúde do trabalhador.

Em função disso, é fundamental que o fonoaudiólogo esteja sensibilizado e capacitado para notificar este agravo, entendendo que esta prática poderá fomentar a implantação de linhas de cuidado em disfonia relacionada ao trabalho no Estado e possibilitar a melhoria dos ambientes e processos de trabalho a partir das ações de vigilância.

Dessa forma, este boletim pretende explorar nas próximas páginas as questões que mais envolvem a disfonia relacionada ao trabalho.

Voz profissional X Disfonia relacionada ao Trabalho

A voz profissional é definida como “a forma de comunicação oral utilizada por indivíduos que dela dependem para exercer sua atividade ocupacional” (Consenso Nacional de Voz Profissional, 2001).

Na sociedade atual, aproximadamente um terço das profissões têm a voz como ferramenta básica de trabalho (Vilkman E, 2004), ou seja, grande parte da nossa força laboral é composta por trabalhadores que utilizam a comunicação no seu processo de trabalho.

O crescimento do número de profissionais, que tem na voz o seu principal instrumento de trabalho, está diretamente relacionado à reestruturação produtiva e consequente introdução de novas tecnologias e mudanças nos processos de trabalho, marcadas pela flexibilização das relações e por más condições de trabalho, que levam estes profissionais ao adoecimento.

A combinação de uso prolongado da voz e fatores de risco ambientais (físicos, químicos e ergonômicos), bem como a própria organização do trabalho contribui para elevar a prevalência de queixas vocais gerando situações de afastamento e incapacidade para o desempenho de funções, o que implica em custos financeiros e sociais, tanto para empresários quanto para governo e sociedade.

O desenvolvimento da disfonia relacionada ao trabalho, entendida como qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça ou dificulte a produção natural da voz e comprometa a atuação profissional, está associada a diversos fatores, que podem desencadear ou agravar o quadro de alteração vocal do trabalhador, de forma direta ou indireta, podendo haver interação destes nos ambientes de trabalho.

Leia boletim completo aqui.

Fonte: Fiocruz

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