Idosos que não pararam de trabalhar ainda querem continuar ativos


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Prestes a completar 100 anos, seu Pereira, como é conhecido na Esplanada dos Ministérios, ainda está lúcido e fala com orgulho de suas atividades diárias. Ele é funcionário aposentado da Câmara dos Deputados, mas ainda trabalha como porteiro terceirizado no Ministério da Justiça. A disposição para se manter ativo, segundo ele, vem da certeza de que “o trabalho enobrece a pessoa”.

“Se a pessoa parar e ficar em casa, ela fica ociosa. Mesmo que goste de ler e tenha muitos recursos”, disse ele que, em razão da idade, conta com a ajuda dos colegas para caminhar pelo ministério. Com a voz um pouco trêmula, contou que o mais gratificante em sua função é poder ajudar as pessoas.

“Eu tenho uma maneira de pensar que é a seguinte: se eu puder, eu ajudo. Me dou bem com todas as pessoas aqui, gosto muito de orientá-las, de dar conselhos a quem passa por aqui e conversa comigo”, acrescentou o sergipano, que chegou à capital federal em pleno Dia do Trabalho, em 1° de maio de 1960. Sua relação com as atividades profissionais, contudo, começaram muito antes, ainda criança, quando ajudava a mãe na roça em Propriá (SE), cidade à beira do Rio São Francisco, onde morava com a família.

Sem nunca ter concluído o ensino médio, ele diz que uma de suas maiores conquistas foi ter ajudado os quatro filhos a estudar. Um filho já se aposentou como médico e uma filha como jornalista. Outro é funcionário de empresa pública e o último estudou na Inglaterra, é professor e tradutor de inglês, além de assessor legislativo na Câmara Distrital. Embora tenha uma vida confortável e more em um apartamento próprio na Asa Norte, área de classe média em Brasília, Seu Pereira diz que vai continuar trabalhando até quando “perceber que dá conta”.

O carteiro Francisco das Chagas Oliveira, aos 53 anos, ainda não é considerado idoso, mas também sabe que não vai parar de trabalhar depois da aposentadoria.

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