Amamentação diminui o risco de abandono e maus tratos, diz especialista


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Na Semana Mundial do Aleitamento Materno deste ano, a pediatra Lélia Cardamone Gouvêa, professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), alertou que o ato de amamentar estabelece um forte vínculo entre mãe e filho, diminuindo o risco de abandono e maus tratos.

– Pesquisas apontam que crianças amamentadas por quatro meses ou mais são menos negligenciadas, abandonadas e vítimas de maus tratos. Além de a mãe transmitir a sensação de segurança para o bebê, o leite materno tende a deixar a criança mais tranquila e fácil de sociabilizar durante a infância.

A médica acrescentou que o leite materno proporciona economia financeira, não só pelo fato de o alimento industrializado ser mais caro, como também pela prevenção de doenças.

– O leite da mãe é rico em nutrientes, vitaminas e agentes imunológicos que contribui para a prevenção de doenças. Isso representa economia com visitas médicas e remédios.

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e a manutenção da amamentação até os dois anos de idade. No entanto, muitas mães interrompem esta forma de alimentação antes do tempo.

Amamentação prolongada divide opiniões

Para a médica, isso acontece por falta de informação sobre os benefícios do leite materno, que não exclusivo apenas para o bebê, mas também para a mulher (veja tabela abaixo).

– O leite materno traz benefícios a curto, médio e longo prazos.

E quando a mulher não pode amamentar?

De acordo com o pediatra Moises Chencinski, da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo), alguns perfis de mulheres não podem ou conseguem amamentar.  Neste caso, antes de tomar qualquer atitude, é fundamental procurar ajuda médica.

– Algumas doenças infecciosas podem ser transmitidas para o bebê por meio do leite humano, por isso é importante consultar um especialista para que ele avalie o caso individualmente.

O médico explica que mulheres infectadas com o vírus HIV não devem amamentar, já que a doença pode ser transmitida pelo leite materno.

– Estas mulheres podem alimentar seus bebês com leite doado, disponível em bancos de leite. O alimento é processado e pasteurizado, ficando livre de doenças.

No caso da presença de hepatites, tuberculose ou mastite, a contraindicação é mais rara e vai depender do estágio da doença. Segundo o médico, o mesmo acontece com mulheres que têm histórico de câncer de mama.

– Histórico de câncer não significa contraindicação para amamentar, assim como a realização de mastectomia (remoção da mama) ou tratamento com radioterapia.

Chencinski lembra que, apesar da amamentação criar um vínculo forte da mãe com o bebê, esta relação precisa ser reforçada com carinho, afeto, acolhimento, atenção, amparo e amor.

Fonte: R7

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