Com boneca eletrônica, fonoaudiólogos testam o volume de fones de ouvido
Dois terços da capacidade total do aparelho de som. Esse é o volume indicado pelos especialistas para que as pessoas ouçam músicas com fones de ouvido de forma segura, sem risco de perda auditiva a médio e longo prazo.
Foi um dos alertas dados pelos fonoaudiólogos da Santa Casa de São Paulo durante orientação ontem no parque Villa-Lobos, zona oeste. Eles fizeram testes de volume com os fones de ouvido dos frequentadores do parque, usando uma boneca eletrônica (Duda).
Com um sistema implantado na parte interna do ouvido da boneca foi possível medir o volume do aparelho. Segundo fonoaudióloga Cilmara Levy, coordenadora do evento, além do som, é preciso prestar atenção na escolha dos fones de ouvido.
“Os mais recomendados são os abertos, aqueles maiores que cobrem toda a orelha. Eles excluem o barulho externo e isso faz a pessoa não aumentar tanto o volume”. Outra ação que aconteceu no parque foi a “Caminhada do Silêncio”, que reuniu pessoas com deficiências de audição, seus familiares e amigos. “Precisamos desmistificar a condição dos surdos e gerar mais integração”, diz.
A causa da surdez é variada, podendo ser de origem infecciosa – por meningite e outras doenças como a rubéola -, pela exposição constante aos ruídos, ou genética. O Censo do IBGE 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que 9,7 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de deficiência auditiva.
A Federação Mundial dos Surdos (sigla em inglês WFD) afirma que existem 70 milhões de surdos no mundo e conta que 80% têm dificuldades de inserção social. Isso, segundo Cilmara, vem do desconhecimento da surdez e das possibilidades que os deficientes possuem.
“Uma pessoa surda é igualmente capaz como qualquer outra. Mas com o diagnóstico tardio fica mais difícil a aprendizagem, que é feita com base na oralidade”, diz a fonoaudióloga.
Fonte: Folha de São Paulo