Nove motivos para procurar um fonoaudiólogo
Data: 05 de dezembro de 2011
Local onde foi publicado: MSN
Por Letícia Gonçalves
Nove motivos para procurar um fonoaudiólogo
Rouquidão, problemas de fala, audição e até estética facial melhoram com tratamento
Amamentação
Quem já não ouviu mães reclamando que não têm leite ou que o bebê parece rejeitar o peito? O fonoaudiólogo atua nessa área, estimulando a sucção e deglutição do bebê e evita o desmame precoce. “Isso é feito por meio de orientações e acompanhamento da mãe, além de treinamento de equipes de saúde em hospitais, para incentivar o aleitamento materno”, explica a fonoaudióloga Eliana de Martino, diretora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos.
Dificuldade em deglutir
Os cuidados com alimentação não se resumem apenas ao aleitamento materno. O fonoaudiólogo também ajuda pessoas que sofrem com disfagia (dificuldade de deglutir), que pode ser sequela de acidente vascular encefálico (derrame ou AVC), câncer de cabeça e pescoço, traqueostomia, entre outros. “Esses pacientes precisam de apoio profissional para conseguir se alimentar de forma segura e prazerosa novamente, sem grandes dificuldades”, conta Eliana de Martino.
Por meio de exercícios respiratórios e articulatórios (lábios, mandíbula, língua, véu do palato e bochechas), o fonoaudiólogo consegue recuperar a tonicidade e elasticidade da musculatura, facilitando a passagem de alimento.
Rouquidão constante
Ficar rouco com frequência é um bom motivo para procurar um fonoaudiólogo. “A rouquidão constante pode ser indício até de câncer, mas, na maioria das vezes, é consequência de uso inadequado da voz por esforço exagerado ao falar”, explica a fonoaudióloga Rosane Goldenberg, do Rio de Janeiro. O tratamento é feito com exercícios e orientações de higiene vocal, que envolvem desde o fim do tabagismo até cuidados com a alimentação.
Para pessoas que usam a voz como instrumento de trabalho, como jornalistas, atores, cantores e atendentes de telemarketing, o fonoaudiólogo é ainda mais requisitado. “Nós melhoramos a capacidade dessas pessoas de impostar a voz, por meio de respiração, ressonância, altura e intensidade, ritmo e inflexão”, explica Rosane.
Audição
O trabalho do fonoaudiólogo nessa área começa bem cedo, com o teste da orelhinha – um exame rápido, feito com um aparelho capaz de detectar problemas auditivos em recém-nascidos. “Quando o tratamento para surdez tem início nos primeiros meses de vida, há uma grande possibilidade de essa criança desenvolver a fala de modo mais eficiente”, conta a fonoaudióloga Solange Gonçalves.
Ela afirma que o trabalho relacionado à surdez também não precisa se resumir apenas à linguagem de sinais (LIBRAS), mas pode envolver desde o uso de aparelho auditivo e o desenvolvimento de leitura labial até a integração desse paciente na sociedade. “Uma pessoa com perda auditiva pode entender mais facilmente o que a outra fala ao conseguir ler os movimentos dos lábios, facilitando a comunicação”, explica.
Distúrbios de leitura e escrita
Há casos em que a criança é muito inteligente, mas não tira notas boas na escola por ter dificuldade de ler e escrever. Isso pode ser sinal de dislexia ou outros distúrbios. “Nesses casos, a escrita costuma apresentar muitas falhas e trocas de letras, como p por b e t por d”, explica Rosane Goldenberg. Por meio de exercícios psicomotores e auditivos, o fonoaudiólogo ajuda o paciente a lidar com essas dificuldades. “Além disso, ajudamos a orientar a família e os professores, já que esses distúrbios podem afetar a autoestima da criança e dificultar a convivência com os colegas”, conta a profissional.
Doenças comuns da velhice
“Alzheimer, Acidente Vascular Encefálico (conhecido como AVC ou derrame), Parkinson e muitos outros problemas característicos da idade avançada podem provocar dificuldades de fala, mastigação e deglutição”, diz Solange Gonçalves. O fonoaudiólogo acompanha esses pacientes para ajudar a reverter ou amenizar esses problemas, melhorando a qualidade de vida.
Estética facial
As tão indesejadas marcas de expressão do rosto também podem ser alvo do trabalho de fonoaudiólogos. “Ao fazer exercícios para modificar o uso da musculatura facial, é possível deixar o rosto mais jovem”, afirma a fonoaudióloga Gisele Valdstein, especialista do Minha Vida. Além de combater as linhas de expressão, esses exercícios ajudam a melhorar a aparência flácida, o olhar caído e os lábios frouxos.
Problemas de fala
Gagueira, língua presa e trocas de fonemas são alguns dos problemas de fala que os fonoaudiólogos ajudam a tratar. “O mais comum é o Transtorno Fonológico, que é quando a pessoa tem dificuldades na percepção, organização ou produção dos sons”, conta Eliana De Martino.
A fonoaudióloga Solange faz um importante alerta aos pais: crianças podem apresentar problemas de fala por usarem a chupeta e a mamadeira por muito tempo. “Essa criança geralmente não mastiga direito, respira pela boca, sofre alterações na arcada dentária e não desenvolve a musculatura da face de modo eficiente para a fala, o que pode provocar problemas na hora de articular as palavras”, explica.
Respirar pela boca
Os malefícios de respirar pela boca são diversos. “Esse costume provoca deformações na arcada dentária e no céu da boca (palato), além de mudanças na disposição da língua. Tudo isso leva a mastigação inadequada, diminuição do paladar, dificuldade na articulação das palavras, entre outros problemas”, afirma Eliana De Martino. Esse mau hábito prejudica até a oxigenação do cérebro, já que o respirador bucal faz a expiração maior do que a inspiração.
“Nesses casos, o fonoaudiólogo trabalha a coordenação-fono-respiratória, para que ocorra equilíbrio entre respiração oral e nasal, e ensina exercícios de articulação dos lábios, língua e bochechas, para o fortalecimento do tônus muscular”, afirma Eliana.