Criança disléxica tem mais chance de ter depressão


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Fonte: R7
Data: 10/08/2011


Criança disléxica tem mais chance de ter depressão


Risco de sofrer algum transtorno psicológico quando adulto também é maior, diz estudo


Crianças com o diagnóstico de dislexia estão mais propensas a desenvolver sintomas depressivos, da mesma forma que correm mais risco de ter algum transtorno psicológico na idade adulta. Essas são conclusões de um trabalho de dissertação do neuropsicólogo Ricardo Franco de Lima, da Unicamp.
Lima chegou a esse resultado ao avaliar 31 crianças com diagnóstico de dislexia e compará-las com resultados de avaliações realizadas com outras 30 crianças sem nenhum tipo de problema de saúde, e estudantes de uma escola pública de Campinas (SP).

– Em geral, os grupos envolvidos na questão não atentam para este tipo de avaliação, mas ignorar estes aspectos no tratamento da dislexia pode acarretar consequências emocionais graves, inclusive fazer com que o transtorno permaneça ao longo dos anos.

Ainda segundo o estudo, os sintomas depressivos podem estar relacionados às funções cognitivas, isto é, o comportamento relacionado ao conhecimento.

A evidência, portanto, indica a necessidade de avaliação e intervenção nesta área, como forma de diminuir o sofrimento da criança com dislexia na escola, por exemplo.

As crianças estudadas tinham entre sete e 14 anos de idade, sendo que o grupo com dislexia foi atendido no Hospital das Clínicas da Unicamp durante três anos.

– Quando a criança chega com a hipótese, só na minha área são realizadas seis sessões de uma hora para observar o paciente. Após avaliações de todos os membros da equipe é que a hipótese se confirma ou não.

Dos casos atendidos anualmente no HC, em apenas aproximadamente 2% o diagnóstico é confirmado. No entanto, essas crianças muitas vezes possuem apenas dificuldade escolar de ordem pedagógica e não um distúrbio relacionado ao Sistema Nervoso Central que leva a criança a desenvolver o déficit no aprendizado, afirma o neuropsicólogo.

Pelos padrões internacionais, no transtorno específico de aprendizagem, a criança apresenta comprometimento na aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita. Mas no trabalho do estudioso, ele dá atenção também para as avaliações dos sintomas emocionais, uma vez que o estudo indica a vulnerabilidade das crianças disléxicas pelas dificuldades apresentadas na escola.

– As crianças sempre relatam sentimentos de que não conseguem vencer as suas limitações, se sentem inferiores em relação às outras, comparando o seu desempenho com o de seus pares. Em alguns casos podem até apresentar humor deprimido e ideias suicidas.

Diante desse quadro, o pesquisador faz um alerta:

– Os pais precisam estar atentos a esta questão e se munir de conhecimento para lidar com a situação.

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