Fonoaudiólogas de Pernambuco recebem prêmio inédito para o estado


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A equipe do Centro de Tratamento de Queimados do HR recebeu, no início de outubro, o prêmio Projeto Cris, que anualmente destaca trabalhos de profissionais das áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, assistência social e educação física envolvidos na recuperação de pacientes queimados. O anúncio aconteceu durante o VII Congresso Brasileiro de Queimaduras, realizado de 13 a 16 de outubro, em Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco.


Disputando com outros 140 inscritos, o médico Marcos Barretto e as fonoaudiólogas Ana Claudia Vieira e Geraldine Borges tornaram-se os primeiros a receberem a honraria em Pernambuco, apresentando o trabalho realizado com o paciente Sérgio Santos, vítima de descarga elétrica em 19 de março de 2009. Sérgio, na época com 22 anos, teve lesões de segundo e terceiro graus na cabeça, pescoço, tronco e membros, e esteve internado no Centro de Tratamento de Queimados por dois meses, ao longo dos quais passou por diversas cirurgias. Mesmo tendo boa cicatrização na face, Sérgio apresentava retração nos lábios, o que causa dificuldades na fala, mastigação, sucção e respiração. “Ele ficaria com sequelas importantes, que iriam bem além da estética”, conta Geraldine, que ficou responsável pela condução do caso.


A fonoaudióloga associou a terapia convencional ao uso de órteses, utilizando equipamentos de cirurgia dentária já existentes no mercado e, posteriormente, desenvolvendo um “puxador” termoplástico específico, que serviu para afastar os cantos da boca, “Calargando” seu diâmetro. Sérgio precisou usar os aparelhos durante oito meses, durante cerca de dez horas diárias. “Minha melhora foi rápida demais, com o apoio de Geraldine. E minha boca voltou ao que era antes”, comemora o rapaz, que regressou a Sirinhaém, no sul do estado, e está levando vida normal. Além de fazer total diferença na vida de Sérgio, o tratamento, de baixíssimo custo, evitou cirurgias extras, ou seja, eliminou riscos ao paciente e gastos para o sistema de saúde.


“Poucas pessoas sabem que o trabalho do fonoaudiólogo vai além da fala. Lidamos com a expressão, com as formas de comunicação em geral, e essa área da motricidade orofacial é muito importante dentro da reabilitação deste tipo de paciente. Infelizmente, no Brasil ainda existem poucos profissionais que se dedicam à recuperação de mutilados por queimaduras”, comenta Geraldine. Para ela, a maior importância do prêmio é justamente a chance de divulgar as possibilidades de atuação no campo da fonoaudiologia. “Além disso, o prêmio valorizou as parcerias entre os diversos profissionais de saúde que atuam no tratamento de queimados”, avalia.


Fonte: Secretaria de Saúde de Pernambuco

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